É engraçado como a nossa vida acontece.......
Lembro-me até hoje de uma certa vez ser indagada sobre o meu futuro profissional. Ao ser questionada acerca da possibilidade de seguir a profissão da família, no auge da minha adolescência, e também da minha ignorância, respondi:
-"Não, não quero ser professora. Quero estudar Medicina. Quero ser médica e poder salvar vidas."
Essa vontade ficou muito mais presente na minha vida depois que fiz um curso técnico e fui trabalhar em um hospital público. Lá pude experimentar a sensação de impedir/retardar a morte das pessoas. Nada nessa vida consegue chegar sequer próximo do bem que faz à alma assistir um paciente, que outrora estava à beira da morte, ir embora para casa abraçado por seus parentes. Ao contrário do que muitos dizem, não é a sensação de poder que me completa, e sim a ideia de dever cumprido. E isso eu carregarei para o resto da minha vida.
Confesso que quando não consegui entrar para o curso de Medicina, me senti um nada, sem chão. De repente, tudo isso me escapou por entre os dedos, por mais clichê que isso possa soar. Essa fora a primeira vez que eu experimentei o fracasso. Além disso, na minha cabeça, estudar Medicina era o único caminho para salvar vidas, e eu estava fora disso. Embora tenha sido ruim, eu precisava seguir em frente. Acabei me matriculando no curso de História, com a desculpa de que agora eu poderia "usar profissionalmente" a minha curiosidade.
Hoje, enquanto corrigia a minha pilha de trabalhos de 6º ano, me peguei refletindo sobre como tinha sido essa minha semana de aula. Cada palavra, cada desenho, cada nome, cada amadurecimento me fez re-experimentar a sensação de dever cumprido. Todos esses anos, e eu achando que tinha me afastado do meu propósito.... Posso não salvar ninguém da morte física, mas todos os dias travo uma batalha para salvar alguém da morte intelectual, da escuridão, da ignorância. Ver um aluno, que por muitos seria dado como incapaz, aprender, evoluir positivamente, é tão magnífico quanto ver um paciente deixar o hospital são e salvo. É por isso que amo muito tudo isso....
Acho que agora posso dormir tranquila. Será que era isso que faltava para a minha insônia me deixar?
Lembro-me até hoje de uma certa vez ser indagada sobre o meu futuro profissional. Ao ser questionada acerca da possibilidade de seguir a profissão da família, no auge da minha adolescência, e também da minha ignorância, respondi:
-"Não, não quero ser professora. Quero estudar Medicina. Quero ser médica e poder salvar vidas."
Essa vontade ficou muito mais presente na minha vida depois que fiz um curso técnico e fui trabalhar em um hospital público. Lá pude experimentar a sensação de impedir/retardar a morte das pessoas. Nada nessa vida consegue chegar sequer próximo do bem que faz à alma assistir um paciente, que outrora estava à beira da morte, ir embora para casa abraçado por seus parentes. Ao contrário do que muitos dizem, não é a sensação de poder que me completa, e sim a ideia de dever cumprido. E isso eu carregarei para o resto da minha vida.
Confesso que quando não consegui entrar para o curso de Medicina, me senti um nada, sem chão. De repente, tudo isso me escapou por entre os dedos, por mais clichê que isso possa soar. Essa fora a primeira vez que eu experimentei o fracasso. Além disso, na minha cabeça, estudar Medicina era o único caminho para salvar vidas, e eu estava fora disso. Embora tenha sido ruim, eu precisava seguir em frente. Acabei me matriculando no curso de História, com a desculpa de que agora eu poderia "usar profissionalmente" a minha curiosidade.
Hoje, enquanto corrigia a minha pilha de trabalhos de 6º ano, me peguei refletindo sobre como tinha sido essa minha semana de aula. Cada palavra, cada desenho, cada nome, cada amadurecimento me fez re-experimentar a sensação de dever cumprido. Todos esses anos, e eu achando que tinha me afastado do meu propósito.... Posso não salvar ninguém da morte física, mas todos os dias travo uma batalha para salvar alguém da morte intelectual, da escuridão, da ignorância. Ver um aluno, que por muitos seria dado como incapaz, aprender, evoluir positivamente, é tão magnífico quanto ver um paciente deixar o hospital são e salvo. É por isso que amo muito tudo isso....
Acho que agora posso dormir tranquila. Será que era isso que faltava para a minha insônia me deixar?
Ouvindo: Clockwatching (Jason Mraz)